Ao contrário do que muitos pensam, os Transtornos Depressivos (genericamente chamados de Depressão), não são questões de opção ou desinteresse, são desordens mentais, com origens biopsicossociais, que afetam significativamente a vida de uma pessoa, não apenas seu estado emocional, mas também físico
Estes são os maiores responsáveis por causar os suicídios registrados, chegando à cerca de 800 mil por ano no mundo todo e no Brasil, por volta de 12 mil.
O fator comum dos Transtornos Depressivos é a presença de humor triste e irritável, acompanhado de alterações somáticas e cognitivas que diminuem a capacidade de funcionamento do indivíduo. Os sintomas mais observados, além das baixas drásticas nos estados de humor e ânimo, são as alterações consideráveis no sono e no apetite (para mais ou para menos), a queda na disposição para realizar atividades rotineiras, baixa autoestima e sentimentos depreciativos a respeito de si mesmo, cansaço excessivo e fadiga, constantes sensações de mal estar, dores no corpo, problemas digestivos, ansiedade, taquicardia e, em casos mais graves, os assustadores pensamentos e comportamentos suicidas.
Apesar de associarmos de forma genérica o suicídio à depressão, é preciso pontuar que este não é o único transtorno capaz de levar uma pessoa a tirar a própria vida. Outras desordens como Transtorno Bipolar, Transtornos relacionados ao abuso de álcool e drogas, Esquizofrenia e Transtornos de Personalidade também ocupam uma posição significativa no ranking de casos de suicídio e devem ser tratados com muita seriedade e atenção. O tratamento para cada caso se inicia com um diagnóstico preciso e realizado por profissional especializado, isento de senso comum. A intervenção varia de acordo com a gravidade do transtorno, podendo ser feita com psicoterapia e outras terapias diversas, mudanças nos hábitos e no estilo de vida e até mesmo combinação com medicamentos.
Para uma pessoa que percebe o seu declínio e começa a crer que o suicídio é a cura para as suas dores, o primeiro passo para a melhora é aceitar que existe um problema, todo o nosso instinto e funcionamento biopsicossocial é visando a sobrevivência, ou seja, a vontade de perder a vida não é normal. Entendendo que há algo de errado, é preciso acreditar que existe uma forma de mudar a situação e retomar a qualidade de vida, não deve existir espaço para a vergonha nesse momento, é necessário criar uma rede de apoio em pessoas de confiança e buscar ajuda profissional.