Para incentivar o diálogo e a troca entre pessoas de fé evangélica        e campos políticos progressistas, o Instituto Tricontinental        lançou a cartilha Resistir          com Fé, que faz uma análise sobre a realidade e a        diversidade desse grupo religioso no Brasil.
        
        Embora fiéis tenham a imagem constantemente relacionada ao        conservadorismo, ao fundamentalismo e à busca por lucro, a        realidade muitas vezes está distante desse cenário. Quem frequenta        as igrejas é a classe trabalhadora, representada majoritariamente        por mulheres          pretas.
        
        
        O material elaborado pelo instituto traz entrevistas com        evangélicos e evangélicas, com visões tanto conservadoras como        progressistas. A análise aborda as origens e o crescimento do        fenômeno religioso, além dos desafios e avanços do trabalho de        base realizado entre esse público. 
        
        "Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que o nosso campo de        esquerda se distanciou da religiosidade popular, que em outro        momento era majoritariamente católica e agora passa a ser cada vez        mais evangélica (...) A mudança da paisagem religiosa brasileira        tem impactos na política e na luta de classes", alerta o        documento.
        
        A cartilha também busca derrubar preconceitos construídos em        relação à fé evangélica e defende que é preciso um novo olhar        "além de nossas limitadas lentes" sobre o tema. "Precisamos ir ao        encontro de nosso companheiro e companheira de classe, que tem sua        fé, mas que também sofre com os males das políticas neoliberais e        excludentes tão presentes na atualidade".
        
        Ainda de acordo com o texto, já existem ações de base em curso, o        que "mostra que o diálogo entre a fé e a política é não apenas        possível, como urgente e necessário". Mas o documento ressalta que        é preciso potencializar essa troca.
        
        As táticas discursivas do fundamentalismo também são abordadas,        para construir o real entendimento sobre as influências desse        pensamento dentro das igrejas, "temos que lidar com o        fundamentalismo religioso presente nas igrejas, desde as grandes        até as pequenininhas, nas garagens das periferias". 
        
        Atualmente, mais de 30% da população brasileira segue a fé        evangélica. A cartilha do Instituto Tricontinental mostra que esse        grupo não é homogêneo e que há espaço para debates sobre direitos,        política e justiça social.
        
        A reflexão conclui que é preciso compreender a linguagem religiosa        e a multiplicidades de interpretações libertárias e não        fundamentalistas que estão presentes nos grupos evangélicos. 
        
        "O que nos une é a concretude da vida cotidiana. Não queremos        substituir a fé ou a igreja, mas, antes, criarmos um        relacionamento e entendimento que ambos trabalham em prol da        dignidade humana, da vida abundante que os evangélicos tanto        acreditam, para o alimento, o trabalho, a saúde, a moradia e        educação que tanto precisamos". 
        
        Leia a cartilha na íntegra aqui.
        
        Com informações de Brasil de Fato
 

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